Encontro constata crescimento do Programa Família Acolhedora

  • Santo Ângelo foi o pioneiro no Estado e o segundo no País a implantar o programa e tornou-se referência no acolhimento familiar

    Assunto: Assistência Social  |   Publicado em: 04/10/2019 às 13:47   |   Imprimir

O município de Santo Ângelo recebeu nesta sexta-feira, 04, o II Encontro Estadual de Acolhimento Familiar e todas as manifestações das autoridades e palestrantes convidados foram no sentido de que o Programa Família Acolhedora está ganhando em adesão em todo o País e, neste contexto, também na Região das Missões.
Participaram do evento realizado no Campus da URI, os servidores das secretarias de Assistência Social, conselheiros, profissionais e técnicos voltados à área da infância e juventude de vários municípios do Estado.
Santo Ângelo é sede do encontro pelo segundo ano consecutivo, pois foi o pioneiro no Rio Grande do Sul e o segundo município brasileiro a implantar o programa em articulação do Governo Municipal, Poder Judiciário e Ministério Público.
Na abertura do encontro, o Juiz de Direito da Vara da Infância e Juventude, Luis Carlos Rosa, idealizador do Programa Família Acolhedora, lembrou a trajetória em Santo Ângelo desde a implantação, destacando o respaldo encontrado na gestão municipal, na época, o então prefeito Eduardo Loureiro, e a continuidade dada pelo atual mandatário, Jacques Barbosa, com a equipe qualificada da Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Cidadania que gere o programa no âmbito do município. “Foi um grande trajeto percorrido até aqui. São sete anos de programa em Santo Ângelo, e assistimos com satisfação a adesão de vários núcleos familiares da região”, assinalou, citando como exemplo famílias aptas a acolher menores em situação de risco de São Miguel das Missões e de outros municípios da região.
Luis Carlos Rosa pediu que as famílias acolhedoras presentes se colocassem em pé, e foram muito aplaudidas pelos conferencistas.
ESTRUTURA E INVESTIMENTOS
O prefeito Jacques Barbosa afirmou que o Governo Municipal vem oferecendo a estrutura necessária para o bom andamento do programa em Santo Ângelo, garantindo espaço físico adequado e humanizado para o atendimento das famílias que acolhem e das crianças e adolescentes que são acolhidas, com melhorias realizadas pela gestão.
O chefe do Executivo também lembrou o projeto de lei aprovado pelos vereadores que aumentou o repasse de recursos para famílias que fazem o acolhimento infanto-juvenil com necessidades especiais. “Eu acredito no Programa Família Acolhedora”, finalizou Jacques. Atualmente o programa tem 22 núcleos familiares acolhendo 13 adolescentes e 22 crianças, em Santo Ângelo.
EFICIENTE E ADEQUADO
O deputado estadual Eduardo Loureiro qualificou na solenidade de abertura, o Programa Família Acolhedora como o mais adequado e o mais eficiente na proteção de crianças e adolescentes quando necessário o afastamento temporário de seus lares.
Loureiro também afirmou que o programa vem ganhando dimensão pelo amplo alcance social no acolhimento do público infanto-juvenil que vive em situação de negligência e/ou de violência em seus lares de origem, encontrando no Família Acolhedora a possibilidade de um futuro melhor.
PALESTRAS
Três importantes intervenções marcaram o II Encontro Estadual de Acolhimento Familiar. Pela manhã, a doutora em serviço Social, Jane Valente, abriu o ciclo de palestras abordando os temas: “O serviço de acolhimento familiar e o contexto atual no Brasil”, “O apego e desapego no acolhimento familiar” e “A importância do trabalho em rede”. À tarde, a palestrante autografou o seu livro “Família Acolhedora – As relações de cuidado e de proteção no serviço de acolhimento”.
Logo em seguida, famílias acolhedoras e adolescentes em acolhimento de Santo Ângelo depuseram sobre o programa.
O promotor de Justiça da Infância e Juventude de Santo Ângelo, Renato Moura Tirapelle, palestrou sobre os aspectos jurídicos no acolhimento e, no encerramento, o juiz da Vara da Infância e Juventude, Luis Carlos Rosa, abordou o “Acolhimento familiar e a adoção”.
PRESENÇAS
Também participaram da solenidade de abertura a primeira-dama Juliana Barbosa; o secretário municipal de Assistência Social, Everaldo de Oliveira Batista; os secretários Rodrigo Flores (Habitação) e Vando Ribeiro (Turismo); a vereadora Jacqueline Possebom, representando a Mesa Diretora do Poder Legislativo; vereador Valdonei da Luz; Valdeci Braga, coordenadora do Programa Família Acolhedora em Santo Ângelo; Janira Mânica, presidente do Conselho Municipal de Assistência Social; Claudete Cruz, representando a Secretaria de Educação e presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres (COMDIM); Ângela Colla, diretora da Escola Raio de Sol (APAE); Iuri Sommer Zabolowstki, coordenador regional de Saúde; Cleonara Pacheco Viana, presidente do COMDEF; e Graziela Althaus, representando o COMDICA.
O PROGRAMA
O programa cadastra e prepara famílias para acolherem provisoriamente crianças e adolescentes que tenham seus direitos violados, como forma de proteção, quando se faz necessário o afastamento temporário dos mesmos do convívio familiar de origem.
A família acolhedora assume papel de parceiro no atendimento à criança e/ou adolescente e na preparação para o seu retorno às suas origens ou encaminhamento para adoção. A família acolhedora receberá acompanhamento e orientação da equipe técnica, bem como subsídio financeiro.
CRITÉRIOS DE PARTICIPAÇÃO
Podem se cadastrar e integrar o programa, maiores de 21 anos, sem restrição quanto ao sexo e ao estado civil; com idoneidade moral; de núcleo familiar onde nenhum membro faça uso de substâncias psicoativas ilícitas; que não tenha interesse em adoção; resida em Santo Ângelo; com disponibilidade de tempo e interesse em oferecer proteção e amor às crianças e adolescentes; e com parecer psicossocial favorável.
Os interessados em receber crianças e adolescentes no contexto do Programa Família Acolhedora, podem efetuar o cadastramento na Secretaria Municipal de Assistência Social. Maiores informações podem ser obtidas pelo telefone 55-3312-2392.

Fotos: Fernando Gomes