Prefeitura Municipal de Santo Ângelo - RS

A Secretaria Municipal de Educação enfrenta um grande desafio logo no início da nova gestão: incluir 500 crianças - de zero a três anos de idade - na rede municipal de ensino, as quais aguardam vaga para a Educação Infantil.

Entre as crianças na lista de espera está Sophia, de dois anos e cinco meses. Desde o primeiro ano de vida da menina, a mãe Amanda Moraes Borges, de 20 anos, busca uma vaga para a filha na Educação Infantil. “Em maio de 2015, voltei a trabalhar e decidi procurar uma creche para a Sophia. Fui à escola próxima a minha casa, era a orientação da secretaria, e me informaram que as inscrições abririam somente em novembro e os sorteios das vagas seriam feitos em dezembro. Fiz uma pré-inscrição para a lista de espera, a Sophia estava em oitavo lugar. Passou o período e não fomos chamadas”, contou Amanda.

A jovem buscou o Conselho Tutelar para mais informações. No local, foi feito contato com diversas escolas e constatada a falta de vagas. Amanda foi orientada a preencher um documento para buscar o ingresso por meio do Ministério Público. Mas a solicitação não teve andamento via Conselho Tutelar. Ela voltou a procurar a Secretaria de Educação, em novembro de 2016, para mais detalhes sobre a seleção. “Nos primeiros dias de dezembro foi feito o sorteio das vagas. Eram 11 inscritos para seis vagas. Falaram que eu deveria estar na escola na hora do sorteio, se não perderia a vaga. Saí mais cedo do trabalho e fui até lá”.

Novamente ela não conseguiu a vaga, mas questionou a diretora da escola por que os pais das crianças sorteadas não estavam no local. Amanda foi informada que não era necessário os responsáveis acompanharem o sorteio. “Ficamos sabendo que crianças de bairros distantes ficaram com as vagas ao invés de crianças que moram na região. Mas antes tinham me falado que as vagas eram por região. Não entendo esse sistema que ninguém sabe passar uma informação concreta”, ressaltou. A solução encontrada por Amada foi pagar uma escola particular para a filha. Porém, a mensalidade corresponde a quase 30% do salário.

LEVANTAMENTO

Segundo levantamento realizado no ano passado, 2.385 crianças integram a Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino. Ao todo, 21 escolas municipais são destinadas exclusivamente a Educação Infantil. Após o fechamento da Creche Padre Carlos Lang, no Bairro Meller, a Escola de Ensino Fundamental Gildo Castelarim também passou a atender crianças de zero a três anos de idade. Mesmo assim, a demanda por vagas ainda é grande.

Neste mês, a secretaria solicitou as escolas de Educação Infantil a relação de inscritos na lista de espera, o que resultou em mais de 500 crianças. A partir de agora, a pasta realiza uma triagem para verificar se a mesma pessoa não solicitou vaga em mais de uma escola. Após, ocorre um levantamento por educandário para avaliar a possibilidade de incluir mais crianças.

PARCERIAS E NOVAS ESCOLAS

De acordo com o secretário de Educação, Valdemir Roepke, a pasta busca parcerias para suprir, em um primeiro momento, a falta de vagas. “Vamos buscar adquirir algumas salas emprestadas de escolas municipais de ensino fundamental e escolas estaduais, próximas às instituições de Educação Infantil. Conseguindo uma sala, seria realocada a pré-escola e aberto no antigo espaço vagas para crianças de zero a três anos de idade” explicou o secretário.    

O objetivo da administração é construir mais escolas de Educação Infantil. Segundo Roepke, a secretaria busca a retomada na construção de dois educandários. Um localizado no bairro Aguiar e o outro no bairro Gueller. “Sabemos que a gestão passada teve que comprar vagas na rede privada para suprir, em parte, essa necessidade. Não houve a preocupação de construir escolas. Vamos buscar para que esses educandários, que tiveram as construções iniciadas, mas não concluídas, tenham as obras retomadas o mais breve possível”, destacou. O secretário estima que a construção das escolas crie 300 novas vagas na Educação Infantil. 

Sobre a compra de vagas, Roepke informou que 88 crianças tiveram vagas adquiridas pela gestão passada em escolas particulares. “Isso supria em parte a demanda, principalmente a que vinha da promotoria para a compra dessas vagas”.  Em média, é gasto pela administração mais de R$ 400,00 mensais por criança na rede privada de ensino, totalizando R$ 35.200,00 por mês.

APOIO DOS PAIS

O secretário pediu o apoio dos pais e responsáveis, no primeiro ano de gestão, para que quem não precise do turno integral para a criança, utilize apenas um período. “Neste sentido, por exemplo, podemos colocar 100 crianças onde tem 50, dividindo por turno. Seria uma maneira de oportunizar a quem não tem o acesso, a possibilidade de um período. O ideal seria os dois turnos, por isso, pedimos a compreensão da comunidade”, informou Roepke.

A medida será utilizada, em um primeiro momento, até a conclusão das obras das duas novas escolas. “Vamos tentar amparar todas as crianças que estão sem acesso à escola. Como gestor, temos a obrigação de fazer isso, é um direito da criança e devemos oportunizar a todos o acesso à rede pública municipal de ensino”, ressaltou o secretário.

RINCÃO DO SOSSEGO

Na última semana, o secretário Valdemir Roepke e a coordenadora de Educação Infantil, Janete Ketzer, participaram de uma reunião com a comunidade do Rincão do Sossego. Os pais solicitavam a abertura de uma turma de pré-escola na Escola Nossa Senhora Aparecida.

O titular da pasta informou que a reivindicação será atendida pela Prefeitura. “Com certeza faremos isso. Tem espaço físico, tem sala disponível. Temos o aval do prefeito Jacques Barbosa e podemos tranquilizar a comunidade porque a turma de pré-escola será aberta”. Antes, as crianças (com quatro e cinco anos de idade) precisavam vir até a cidade para estudar.

Texto: Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Santo Ângelo

Fotos: Fernando Gomes / AI da Prefeitura de Santo Ângelo