Plano de Saneamento Rural é apresentado à comunidade

  • Algumas demandas encontradas a partir de diagnóstico serão solucionadas em 2019 com o investimento de R$ 500 mil

    Assunto: Meio Ambiente  |   Publicado em: 10/05/2019 às 08:24   |   Imprimir

Na manhã da terça-feira, 7, no auditório do Ministério Público, foi apresentado aos moradores das comunidades do interior de Santo Ângelo,as análises realizadas pela Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (VIGIAGUA), a partir de amostragem da água dos poços artesianos e de questionários sobre o esgotamento sanitário e do manejo de resíduos sólidos, para a revisão do Plano Municipal de Saneamento Básico – Saneamento Rural. 
Este trabalho foi realizado pelo Governo Municipal, por meio das secretarias de Meio Ambiente, Agricultura e Saúde e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER), com a colaboração do Fundo de Gestão Compartilhada, CORSAN, Programa Integrado de Saneamento Básico e Resíduos Sólidos (RESsanear) – Ministério Público do Estado e Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente. 
De acordo com o prefeito Jacques Barbosa, este estudo foi feito a partir da preocupação do Governo Municipal com a qualidade da água consumida pela população rural. “A partir do momento em que tivemos informações de que a água que abastece as comunidades rurais apresentava indicadores de potabilidade não recomendados para o consumo, determinamos que a equipe técnica realizasse uma investigação completa para verificar os motivos e principalmente, encontrar soluções para resolver esta situação.”, pontuou. 
Este projeto é pioneiro no Rio Grande do Sul, e foi realizado para que as comunidades do interior tenham acesso a serviços de saneamento de qualidade, que possam ser realizados de maneira continuada e planejada seguindo critérios técnicos.
O secretário de Meio Ambiente, Francisco da Silva Medeiros, explicou que por meio dos dados do diagnóstico, foram formuladas alternativas, metas e investimentos para sanar os problemas encontrados. “Nós estamos buscando uma solução para ajudá-los, mas é importante que tenhamos o apoio de todas as comunidades para que consigamos alcançar melhores resultados”, explicou.
A promotora de Justiça, Paula Mohr, participou da reunião e parabenizou o empenho do Governo Municipal em apresentar o diagnóstico de maneira ágil e com as informações precisas. “Quero parabenizar as equipes que trabalharam no diagnóstico desde a primeira reunião realizada ano passado, eles nos trouxeram resultados preocupantes, mas que serão revertidos com o apoio de todos”, disse.

DIAGNÓSTICO E METAS

O engenheiro Químico, João Vitor Reis e a engenheira Ambiental e Sanitarista, Isabela Della Flora, apresentaram os resultados dos diagnósticos e as metas estabelecidas a curto, médio e em longo prazo pelo Governo Municipal. 
Por meio dos dados foi possível identificar 79 poços em uso no interior, deste número, 29 ainda utilizam o reservatório de ferro que não é indicado, pois pode apresentar risco à qualidade da água, e 50 já passaram a utilizar o reservatório de fibra.
Segundo o secretário de Saúde, Luís Carlos Cavalheiro, a utilização de caixas de ferro pode ser prejudicial à saúde. “O excesso de ferro vai muito além de mau cheiro, roupas e louças do banheiro com manchas amareladas, ele pode causar vômito, diarreia, lesões no trato digestivo, por isso, é tão importante realizar a troca para a caixa de fibra”, explicou. 
Para saber quais poços precisam de ações emergências foi estabelecido um parâmetro, constando o grau e a pontuação de cada um, a partir dos seguintes itens: potabilidade; empreendimento poluidor; calçada ao redor do poço; distância até a fossa mais próxima; cobertura do poço; cercamento; clorador; a qualidade segundo os consumidores e tampa.
De acordo com o secretário, Francisco da Silva Medeiros, a partir das próximas semanas serão realizadas reuniões com as comunidades para planejar quais ações são necessárias em cada localidade, após será feita a substituição de 30 caixas de água, o cercamento de 20 poços e reparos nas redes emergenciais.

ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Outro assunto abordado na reunião foi o esgotamento sanitário, em um questionário realizado pelas equipes, com os moradores, foi constatado que 43% utilizam a fossa séptica, 4,1% o sumidouro, 1,71% destina seu esgoto diretamente no rio, 49,15% usa poços secos ou abandonados como sumidouros (fossas negras) e 2,04% destinam a céu aberto.
Uma das metas estabelecidas para este ano, é o investimento de R$ 20 mil em campanhas para conscientizar os moradores a realizarem o esgotamento da forma correta, com o sistema de fossa, filtro e sumidouro, dessa forma, os dejetos não correm risco de contaminar poços e rios. 
Para melhorar o recolhimento de resíduos sólidos no interior foram traçadas cinco rotas, duas receberão o caminhão a cada 15 dias, duas a cada 30 dias e uma a cada 20 dias. Foi proposta na meta a aquisição de um caminhão no valor de R$ 389 mil para fazer este trajeto no interior. 
No diagnóstico, por meio de imagens de satélites foram encontradas 53 nascentes em Santo Ângelo, para preservá-las o Município irá investir R$ 20 mil neste ano no Programa Guardiões das Nascentes.

INVESTIMENTO

Para 2019 estão traçadas algumas metas que receberão investimentos de R$500 mil por meio do Fundo de Gestão Compartilhada, CORSAN, Programa Integrado de Saneamento Básico e Resíduos Sólidos (RESsanear) – Ministério Público do Estado e recursos do município. 
Entre estas metas estão à limpeza e destinação correta dos lodos de fossas, diagnóstico de destinação de esgoto sanitário próximo aos poços de abastecimento de água, tamponamento de antigos poços de abastecimento usados como esgoto doméstico, educação ambiental nas escolas e comunidades, instalação de hidrômetros, monitoramento da qualidade da água, manutenção dos cloradores danificados e o isolamento sanitário dos poços.

PRESENÇAS

Também estiveram presentes na reunião, os secretários municipais da Saúde, Luís Carlos Cavalheiro, de Habitação, Rodrigo Flores, da Fazenda, Luís Alberto Voese, de Indústria e Comércio, João Baptista Santos da Silva e a diretora da Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres, Simone Lunkes.

Texto: Isabelle Luft
Fotos: Fernando Gomes