Prefeitura de Santo Ângelo gasta R$ 800 mil anuais em aluguel

  • Dado foi apresentado pelo prefeito Andres na primeira reunião de trabalho do Conselhão

    Assunto: Poder Executivo  |   Publicado em: 29/07/2014 às 15:36   |   Imprimir

O auditório do Centro Municipal de Cultura sediou nesta terça-feira, 29, a primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Santo Ângelo – o Conselhão. Iniciando oficialmente os trabalhos do Conselhão, o prefeito de Santo Ângelo, Valdir Andres, apresentou dados sobre o atual cenário econômico do município.

Conforme levantamento, exposto pelo prefeito Andres, Santo Ângelo possui 76.625 habitantes (Censo 2010) e é o segundo maior município da região entre os cinco utilizados para o comparativo apresentado. Ijuí é o primeiro, com 78.915 habitantes; o terceiro é Santa Rosa (68.587); o quarto é Cruz Alta (62.821) e o quinto é São Borja (61.671).

Mesmo tendo a segunda maior população, Santo Ângelo possui o menor índice de Produto Interno Bruto (PIB) entre os cinco municípios, totalizando R$ 1,1 bilhão, enquanto que Cruz Alta possui o maior, chegando a R$ 1,525 bilhão. Com relação a renda per capita, a Capital das Missões também apresenta a menor: R$ 14.562,30. A maior renda per capita entre os cinco municípios analisados é a de Cruz Alta que chega a R$ 23.568,70.

Santo Ângelo possui ainda o menor retorno de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) – 0,39. O maior é de Ijuí que possui um retorno de 0,57.

O prefeito acrescentou que ao longo dos anos o retorno do ICMS no município vem diminuindo gradativamente. Em 1992, o índice era de 0,52 passando para apenas 0,41 em 2013.

Encerrando os dados apresentados pelo prefeito, um surpreende. Em 22 anos, o número de funcionários da Prefeitura de Santo Ângelo aumentou de 1.180 (em 1992) para 1.528 (em 2014). No entanto, em 1999 a prefeitura tinha apenas 880 servidores e em apenas 15 anos o número quase dobrou, chegando a 1,6 mil em 2012.

O prefeito justificou a apresentação dos dados referentes aos servidores, afirmando que atualmente quase 48% da arrecadação do município está comprometida com a folha de pagamento. Em 2012, o percentual chegou a 50,76%, sendo o maior dos últimos 22 anos.

 

CENTRO ADMINISTRATIVO

O primeiro assunto que já está em debate no Conselhão é a construção de um novo Centro Administrativo para Santo Ângelo. O tema foi proposto pelo prefeito Andres.

Justificando a construção de um novo prédio para abrigar o Centro Administrativo, Andres apresentou os gastos mensais da Prefeitura de Santo Ângelo com o pagamento de aluguéis, água e luz desses espaços. No total, os custos com essas locações chegam a R$ 65.461,06 mensais e R$ 785.532,72 anualmente.

O prefeito destacou ainda que o Conselhão deverá auxiliar na decisão de construir ou não um novo Centro Administrativo e de definir a melhor área para abrigar a edificação. Inicialmente, a ideia do Poder Executivo é construir a estrutura onde funcionava a sede do extinto Elite Clube Desportivo.

O imóvel de dois hectares está localizado na avenida Brasil esquina com a rua Osvaldo Cruz e foi retomado pelo município na última segunda-feira, 28.

Andres afirmou que o novo Centro Administrativo facilitaria o acesso dos cidadãos aos serviços oferecidos pela prefeitura, além de diminuir os gastos na gestão pública.

Segundo o prefeito, para a execução da primeira etapa do projeto do Centro Administrativo seriam necessários entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões.

Durante a explanação, Andres informou que está em análise na Câmara de Vereadores, a proposta que institui o Fundo Municipal para a Construção do Centro Administrativo de Santo Ângelo. Conforme a iniciativa, o fundo tem como objetivo a arrecadação de recursos para dar andamento à construção do novo Centro Administrativo.

Ainda de acordo com o prefeito, essa verba seria oriunda da venda de imóveis inservíveis, da captação de aporte financeiro de emendas parlamentares, dos governos estadual e federal e de financiamentos. O projeto arquitetônico do novo Centro Administrativo prevê a construção de seis pavimentos com 2.194,48 metros quadrados de área e um pavimento de 599,47 metros quadrados de área, totalizando uma construção de 13.766,35 metros quadrados de área.

Na primeira etapa seriam executadas as obras das fundações e mais dois pavimentos totalizando 4.388,96 metros quadrados.

 

O CONSELHÃO

Ao se pronunciar, o coordenador do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Santo Ângelo, o empresário Lauri Müller, reafirmou que o conselho não é político. “O Conselhão é a manifestação dos líderes da comunidade em busca do desenvolvimento do município e se propõe a instrumentar as decisões do Poder Executivo”, ressaltou.

Müller salientou que, além disso, o Conselhão tem como objetivo viabilizar as ideias que os membros especularem junto à sociedade e às entidades ou organizações a qual representam. “Agora Santo Ângelo tem um canal para conduzir os anseios e os eventuais interesses de cada um, mas que sejam sempre canalizados para o bem da comunidade e o desenvolvimento do município”, disse.

Ainda durante o primeiro encontro de trabalho, já ficou definido entre os membros que a próxima reunião será realizada em 12 de agosto às 8 horas no Iesa. Além de debater sobre a construção do novo Centro Administrativo, o prefeito sugeriu a inserção de um debate sobre a criação de um Distrito Industrial de uma projeção mapeada diária.