Produtor investe na produção orgânica de noz pecã

  • Em 16 hectares, Carlos Tomm cultiva nogueiras pecã consorciadas com braquiária

    Assunto: Agricultura  |   Publicado em: 15/01/2020 às 11:38   |   Imprimir

Rentável e sustentável, a produção orgânica de noz pecã tem aumentado no Rio Grande do Sul. Em Santo Ângelo, o produtor Carlos Tomm investe no setor e em 16 hectares, no Rincão dos Rorattos, cultiva a espécie consorciada com a planta forrageira braquiária.


O plantio é desenvolvido em conjunto com os irmãos Luis Fernando e André e surgiu da vontade do falecido pai Arno Carlos Tomm em cultivar árvores. Junto com o plantio de eucaliptos, iniciou-se o cultivo das nogueiras, com 1,2 mil plantas. Além disso, existe uma crescente demanda interna e externa pelo produto. Sem contar que se trata de uma cultura perene, sem necessitar de replantio e que pode ser explorada economicamente por mais de 100 anos. 


Na manhã desta quarta-feira (15), o prefeito em Exercício, Bruno Hesse, Diomar Formenton, da Secretaria Municipal de Agricultura (SEMAGRI), agrônomo Álvaro Uggeri Rodrigues, chefe do escritório local e duas estagiárias da Emater, visitaram a propriedade.


Carlos explicou que a opção foi pelos princípios da chamada agricultura sintrópica, que atende o equilíbrio da natureza e respeita a manutenção da agrobiodiversidade. No manejo, adota a adubação verde, cobertura do solo para retenção de umidade e barreiras para proteger a produção de contaminantes externos.


O projeto foi iniciado há quatro anos e há dois a propriedade já conta com a certificação orgânica. A produção comercial se dá num período de quatro a sete anos de cultivo.


Carlos salienta que as plantas foram tratadas com própolis para conter as doenças fúngicas. Também informa que a raiz da braquiária atinge cerca de três metros e consegue trazer a umidade para planta. “O que chamamos de “plantação de água”. A planta consorciada produz umidade suficiente para a produção principal”.


Quanto ao mercado para a produção, destaca-se que o Brasil tem capacidade de se tornar fornecedor da fruta no exterior, onde a procura se expande, principalmente pelo interesse cada vez maior por alimentos saudáveis.


Hesse elogiou a iniciativa do produtor, destacando o fato da produção se orgânica. “Mostra um produtor atento à demanda por alimentos mais saudáveis e a produção de orgânicos está se tornando uma importante fonte de renda do meio rural”.


Diomar Formenton lembrou que em Santo Ângelo já são cinco famílias com certificado de produção orgânica, incluindo hortigranjeiros.
Álvaro Rodrigues chamou a atenção para os conceitos diferenciados do cultivo, além do fato da nogueira ser uma árvore melífera, o que é muito importante para o equilíbrio do meio rural.

Texto/fotos: Hogue Dorneles