Governo define força-tarefa para auxiliar meio rural contra a estiagem

  • Reunião nesta quinta-feira deverá avaliar a decretação de situação de emergência em Santo Ângelo. Perdas no setor primário já são significativas

    Assunto: Agricultura  |   Publicado em: 10/03/2020 às 17:10   |   Imprimir

Uma reunião entre setores do Poder Público Municipal e entidades ligadas ao setor primário, na tarde desta terça-feira, 10, definiu a formação de uma força-tarefa para socorrer o meio rural assolado pela escassez de água e com extremas dificuldades para a dessedentação dos animais, com reflexos em perdas substanciais na produção leiteira e na suinocultura, além da produção de grãos já bastante afetada pela falta de chuvas.
Nas ações desencadeadas para mitigar os efeitos da estiagem no meio rural, o Governo Municipal disponibilizará o maquinário das secretarias da Agricultura, dos Transportes e do Meio Ambiente para trabalhar emergencialmente na limpeza e abertura de bebedouros nas propriedades. A partir da decisão, a força-tarefa irá avaliar as localidades mais atingidas para encaminhar o atendimento.
Segundo a Secretaria dos Transportes, muitos agricultores já estão sendo atendidos pelo município, no entanto, o estio prolongado tem aumentado a demanda diariamente.
Os sindicatos, patronal e dos trabalhadores, irão auxiliar seus associados no preenchimento do registro on-line de desastres, disponível no site www.santoangelo.rs.gov.br.
A reunião foi provocada pelo Governo Municipal, por meio da Defesa Civil, atendendo a uma solicitação do prefeito Jacques Barbosa, e contou com a participação do presidente do Sindicato Rural, Laurindo Nikititz; do presidente Daniel Casarin e do vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Oswaldino Lucca; do chefe do Escritório local da EMATER, Álvaro Uggeri Rodrigues; do secretário do Meio Ambiente, Francisco da Silva Medeiros; do chefe de Gabinete do Executivo, Airton Peruzzi; e dos coordenadores Diomar Formenton (Agricultura), Délcio Cargnelutti (Transportes) e Adelar Cavalheiro (Defesa Civil).
SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA
Na avaliação do grupo, as perdas no setor primário com a estiagem são irreversíveis e os percentuais tendem a aumentar, caso não haja um bom volume de chuva nos próximos dias. A estimativa inicial é de que a quebra na cultura da soja em Santo Ângelo alcance 50% da produção, o que representa um prejuízo avaliado preliminarmente em R$ 84 milhões, segundo a EMATER. “Os números são diferentes a cada dia e, sem chuvas, o indicativo é de mais perdas”, disse Álvaro.
O Poder Público Municipal e as entidades estão concluindo um relatório do setor primário com os reflexos da estiagem na produtividade e na economia e não está descartada a decretação de situação de emergência em Santo Ângelo. Os números serão apresentados nesta quinta-feira, 12, às 9 horas, em reunião da Comissão Municipal de Estatística Agropecuária (COMEA), no plenário da Câmara de Vereadores, quando será decidido pelo decreto de emergência ou não.
Segundo o coordenador da Defesa Civil, Adelar Cavalheiro, há uma legislação a ser observada pelo município e o relatório a ser apresentado na reunião será decisivo para confirmação da situação de emergência em Santo Ângelo.

Texto: Tarso Weber
Fotos: Fernando Gomes